Exclusivo: TCR South America pode ser decidida fora das pistas
- Robson Ribeiro
- Nov 26, 2024
- 4 min read
Updated: Nov 28, 2024
Entenda a punição aplicada à PMO Racing, equipe do brasileiro Pedro Cardoso que liderava o campeonato

Esta semana será decisiva para a TCR South America dentro e fora das pistas. A última etapa do campeonato acontece em Rosário, Argentina, entre os dias 30/11 e 01/12, e vai decidir o título da temporada. Cinco pilotos têm chances matemáticas de título: Juan Manuel Casella (405), Pedro Cardoso (392), Raphael Reis (370), Juan Ángel Rosso (358) e Matías Rossi (331).
O que vem agitando a categoria, no entanto, é a disputa nos bastidores. A PMO Racing, equipe de Pedro Cardoso - o piloto brasileiro que liderava o campeonato - foi desclassificada da etapa de Termas de Río Hondo, Argentina. Sem os pontos conquistados, Pedro perdeu a liderança para o uruguaio Juan Manuel Casella, da Squadra Martino.
A PMO Racing não aceitou a decisão dos comissários de prova e apelou à autoridade da praça em que a corrida foi realizada, como pede o regulamento. A decisão agora está nas mãos do Automóvil Club Argentino. O Relargada ouviu todos os lados da história e apurou, nos últimos dias, o que levou a TCR South America a correr o risco de ser decidida fora das pistas.
Entenda o caso
Após a corrida em Termas de Río Hondo, que aconteceu entre os dias 9 e 10 de novembro, os comissários de prova receberam uma denúncia de uma das equipes da TCR South America, nome não revelado pela organização do campeonato. Esta equipe contestou controle de largada utilizado nos carros da PMO Racing, que não estaria de acordo com as últimas especificações.
Como explicou à reportagem Ricardo Caballero Vieyra, diretor de corridas da TCR South America, os comissários de prova solicitaram informações à WSC, empresa detentora dos direitos do conceito TCR e que faz a homologação dos carros da categoria, que apontou a não conformidade dos Peugeot 308 utilizados pela PMO Racing:
Conforme estabelece o regulamento do campeonato, foi efetuada uma reclamação contra o controle de largada dos carros 43 e 44 [carros da PMO Racing]. O técnico da categoria solicitou informações à WSC, pois os carros foram homologados por eles dessa forma. As autoridades da WSC estavam em Macau na última data do WT [TCR World Tour]. Devido à diferença de fuso horário, não se recebeu resposta e os comissários esportivos deixaram a decisão em suspenso. Na segunda-feira, chegou a comunicação indicando que o sistema desses carros (Peugeot) não estava em conformidade com o art. 3.8 do regulamento técnico. Por esse motivo, os comissários decidiram pela desclassificação dos dois carros.

Punição controversa
A TCR opera com o conceito de customer racing em todo o mundo. Isto significa que as equipes compram carros preparados para corrida pelos próprios fabricantes, e os recebem homologados pela WSC, empresa detentora da marca TCR. Trata-se de um sistema caixa preta onde as equipes não possuem autorização, ferramentas nem conhecimento para alterar os carros.
"Nossos carros foram comprados junto à Peugeot há seis anos, e homologados com este mesmo regulamento. [Estes carros] vem sendo utilizados desta maneira em todo o mundo, Europa, Austrália, etc., e também na América do Sul. Nós, enquanto equipe, não nos preocupamos com o regulamento. Nossa tarefa é respeitar a ficha de homologação dos carros." disse Damian Fineschi, chefe de equipe da PMO Racing

Pedro Cardoso, piloto da equipe, vai mais além. De acordo com o brasileiro, não existe nenhuma vantagem no sistema de largada utilizado em seu carro:
"A gente não tem nenhuma vantagem no nosso launch control [controle de largada]. Inclusive o nosso é um dos piores da TCR. Então, realmente, foi extremamente injusto, para mim, esta punição. Não deveria nem ter sido aceita [a denúncia]" disse Pedro.

Decisão nas mãos do Automóvil Club Argentino
A PMO Racing entrou em contato com a Peugeot, que assumiu a responsabilidade pela conformidade do controle de largada dos carros fornecidos à equipe, e reforçou junto aos técnicos da TCR que se trata de um problema do fabricante, e não dos usuários [portanto, a punição esportiva é indevida].
A equipe também entrou com uma apelação junto à autoridade competente na praça onde foi realizada a corrida, neste caso, o Automóvil Club Argentino, conforme prevê o regulamento da TCR South America. Ainda não há resposta.
Veja como ficou a tabela da TCR South America*
Campeonato de pilotos
1. Juan Manuel Casella (Uruguay) 405 pontos
2. Pedro Cardoso (Brasil) – 392
3. Raphael Reis (Brasil) – 370
4. Juan Ángel Rosso (Argentina) – 358
5. Matías Rossi (Argentina) – 331
6. Galid Osman (Brasil) – 308
7. Leonel Pernía (Argentina) – 307
8. Rafael Suzuki (Brasil) – 271
9. Rodrigo Baptista (Brasil) – 207
10. Fabián Yannantuoni (Argentina) – 183
Campeonato de equipes
1. PMO Racing – Peugeot (Argentina) – 824 pontos
2. Squadra Martino – Honda (Argentina) – 799
3. W2 Pro GP – Cupra (Brasil) – 697
4. Paladini Racing – Toyota (Argentina) – 585
5. Toyota Team Argentina – Toyota (Argentina) – 340
6. Cobra Racing Team – Toyota (Brasil) – 199
7. Squadra Martino Racing – Honda (Argentina) – 109
8. PMO Full Time Sport – Lynk & Co (Brasil) – 32 *pontuação ainda considerando a desclassificação da PMO Racing
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